Banco da Periferia
É uma iniciativa de finanças solidárias promovida pelo Instituto Palmas e insere-se na metodologia dos Bancos Comunitários. Tem por objetivo democratizar o acesso a serviços financeiros e bancários para a população da periferia de Fortaleza, com ampla participação e controle social, mobilização de associações locais, buscando o desenvolvimento socioeconômico de bairros e favelas. O BANCO DA PERIFERIA irá funcionar através de uma rede de 40 Bancos Comunitários que serão criados na periferia de Fortaleza e irá atender, diretamente 120 mil famílias por mês, principalmente os beneficiários do Bolsa Família e do Cadastro Único.

Serviços implementados
- Correspondente bancário (pagamentos, recebimentos, conta corrente, outros);
- Crédito produtivo;
- Moeda Social;
- Pagamento por celular;
- Capacitação profissional;
- Comercialização (feiras, lojas, festivais);
- Organização de grupos setoriais (artesanato, confecção e culinária);
- Educação
- Organização de fóruns locais para a participação e acompanhamento social.
A criação do BANCO DA PERIFERIA tem os seguintes antecedentes
1) Em 1998, foi criada no Brasil a metodologia dos Bancos Comunitários, em Fortaleza-Ce, tendo o Banco Palmas sido o primeiro banco desta natureza. Em 2005, a Secretaria Nacional de Economia Solidária – SENAES/MTE firmou parceria com o Instituto Palmas, chegando-se hoje a 80 Bancos Comunitários, em 17 estados, articulados em uma – REDE BRASILEIRA DE BANCOS COMUNITARIOS.
2) Em março de 2009, o Instituto Palmas lança na Assembleia Legislativa do Ceará a Jornada pela Democracia Econômica, momento em que foi apresentado um diagnóstico mostrando que dos 116 bairros de Fortaleza, apenas 30 (ou seja, 27%) tem agências bancárias e que estas, em sua grande maioria, estão localizadas nas regiões nobres da cidade.
4) Em abril de 2009, dois importantes estudos mostram a relação direta entre exclusão financeira/bancária e extrema indigência. O primeiro: “Mapa da Extrema Indigência no Ceará” – realizado pelo CAEN/UFC, o segundo: “Transformação na Indústria Bancária Brasileira” – realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Esses dois estudos revelam: “os Estados do Brasil que possuem maior número de pessoas vivendo na extrema indigência são exatamente aqueles que possuem menor oferta de serviços financeiros e bancários”.
5) Em março de 2011 o Instituto Palmas lança o Projeto ELAS voltado para o atendimento às mulheres do Bolsa família. Em um ano o ELAS atendeu 3.100 mulheres na região do Jangurussu, com crédito, educação profissional e financeira, comercialização e formação cidadã, organização de grupos setoriais de produção (confecção e culinária), elevação da autoestima, conhecimento da cidade, entre outros.
6) O boletim de atividades do Instituto Palmas mostra que de Janeiro a Maio de 2012, o Banco Palmas atendeu 5.000 famílias em sua sede, (moradoras do Conjunto Palmeira e de bairros circunvizinhos), com os seguintes serviços: correspondente bancário, crédito, microsseguro, pagamento por celular, abertura de contas correntes, feiras solidárias, educação profissional, educação financeira e formação cidadã.
Os dados acima apontam para a necessidade de avançarmos na construção da Economia Solidária em Fortaleza através de um sistema de finanças solidárias, adaptado a realidade das economias populares e que já se encontra em curso. Para isso surge o BANCO DA PERIFERIA.